quarta-feira, 23 de março de 2011

Onde foi que eu errei?

Quem já desperdiçou seu tempo assistindo Zorra Total algum tempo atrás, deve lembrar-se da frase que dá titulo a esse post.
Era sempre dita por um pai que não sabia onde havia errado na criação de seu filho para que ele ter tornado-se gay. Filho, por sinal, que representa bem os personagens estereotipados que já falei anteriormente.
Mesmo discordando da forma como nós, homossexuais, éramos retratados no programa, tenho que reconhecer que os pais, ao menos a maior parte, agem ou pensa da mesma forma.
Infelizmente os pais preferem acreditar que erraram em nossa criação, a aceitar que simplesmente nascemos assim. Pois independentemente de quanto tempo cada um tenha levado para assumir o que realmente sente e deseja, já temos esses desejos desde muito jovens.
Desde muito novo me sentia atraído por outros garotos. Mas desejá-los não era suficientemente forte para tentar algo. Só fui ficar por vontade própria com outro garoto depois dos 15 anos.
O que me surpreende é que mesmo depois de o assunto ter tornado-se mais corriqueiro, afinal até nas novelas e na mídia em geral a homossexualidade está sendo retratada de forma singela, e continua. Sem forçar a “barra”, mas mostrando que somos normais e temos os mesmos direitos da parte hétero da sociedade. Muitas pessoas ainda não sabem como agir quando descobrem ter um filho/filha gay.
Existem pesquisas que tentam provar que a homossexualidade é genética ou resultado da educação ou o meio onde a pessoa é criada, se pesquisarmos o assunto encontraremos muita coisa, mas vou destacar apenas alguns pontos:

O neurobiólogo Roges Goski (Universidade da Califórnia, EUA) fez experiências em laboratórios com ratos e seres humanos, ambas fêmeas, que receberam testosterona (o hormônio masculino) ainda em fase intra-uterina e observou que, desde a primeira fase da vida, elas tinham comportamentos masculinos, como gostos, brincadeiras mais agressivas além de sentirem-se mais atraídas por fêmeas.

Já o geneticista Dean Hamer (Instituto Nacional de Saúde dos EUA) sustenta  a tese de que  homossexualismo tem determinação genética. O geneticista diz ter descoberto genes numa determinada região, que ele chamou de GAY-1, associados ao homossexualismo. Tal hipótese não teve muita credibilidade no meio científico americano, mas seus defensores dizem  haver uma lógica: "se os genes transmitem as características hereditárias e contêm 'instruções' para a fabricação das substâncias que fazem os organismos funcionarem, também poderia lançar a probabilidade de homossexuais (assumidos ou não) terem filhos também homossexuais. É uma tese que coloca o homossexualismo não como uma opção ou estilo de vida, mas como resultado de uma variação genética.
Daryl Bem, psicólogo da Universidade de Cornell (EUA), pesquisa a formação intra-familiar do homossexual. Quais brincadeiras uma pessoa preferia quando criança, seus gostos por roupas, jóias, tipo de relação com a mãe, com o pai, etc. e concluiu que os incidentes do desenvolvimento, o tipo de investimento familiar e as tendências da própria pessoa, todos esses fatores pesam muito mais na determinação do homossexualismo do que os fatores genéticos.
A nova geração de psicólogos americanos a partir de Judith Harris tende a valorizar as vivências "fora" da família, isto é, as relações interpessoais com vizinhos, colegas da escola e da rua, como fatores que mais pesam no desenvolvimento da personalidade.  Nesse sentido, meninos que se comportam segundo o estereótipo de menino (gostam de brincadeiras mais agressivas, se identificam com heróis, gostam de aventuras, ação, são menos obedientes e se encrencam na escola por má conduta mais que as meninas etc) se diferenciam delas que costumam ter um jeito mais suave e introspectivo. O "normal" nessa cultura é esperar que os meninos sintam-se atraídos pelas mulheres, mas não em ser como elas. Porém, sobram perguntas sem respostas satisfatórias. Como entender as pessoas que desde crianças sentem-se atraídas pelo estilo das meninas? Será que, só por essa tendência, fatalmente desenvolverão homossexualismo ou será apenas uma fase passageira? E as meninas que admiram mais as meninas, que são fascinadas por pessoas famosas, será que estão sendo atraídas a se tornarem homossexuais ou trata-se somente de simples admiração?
Acreditamos que essas e muitas outras perguntas sobre o porquê de algumas pessoas serem homossexuais e outras não, jamais terá uma resposta com 100% de certeza, afinal nunca descobriremos a real origem da homossexualidade.
Esperamos que nossos pais deixem a pergunta “Onde foi que eu errei?” de lado e passem a se perguntar “Como devo agir para que meu/minha filho/filha seja feliz?”, afinal acreditamos que eles nos amam e apenas desejam nossa felicidade, e não deve ser fácil para eles saberem que seu filho sofrera com o preconceito de pessoas que ao invés de preocupar-se com a própria felicidade, querem fazer outras pessoas infelizes.
Por isso não aceitem serem humilhados ou rebaixados apenas por serem diferente de algumas pessoas, vivam suas vidas intensamente.
Nós, do BrazilianBoyyZ, acreditamos que a melhor forma de reagir a qualquer comentário homofóbico é ignorando a pessoa que não sabe reconhecer seus direitos, afinal quem somos nós para julgar o outro?
Lembre-se: “Ninguém nasce homofóbico, homofobia se aprende, sexualidade não!”

Apenas pensem no que fariam se estivesse no lugar da outra pessoa.
E mais uma vez tornamos a dizer: Amem-se acima de tudo e de todos!
Carpe Dien! <3
;)

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