Para deputado que convocou a reunião o kit desrespeita os homossexuais.
Representante de movimento gay alegou que não houve contraponto.
Fernando Castro do G1 PR
A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) realizou na manhã desta terça-feira (19) uma audiência pública para debater o 'Kit Anti-Homofobia'. O material foi requisitado pelo Ministério da Educação (MEC) a Organizações Não-Governamentais (ONGs), com objetivo de ser distribuído em escolas de todo o país.
O kit faz parte do programa Escola Sem Homofobia, do Governo Federal, e contém material didático-pedagógico direcionado aos professores. O objetivo é dar subsídios para que eles abordem temas relacionados à homossexualidade com alunos do ensino médio.
O deputado estadual Leonaldo Paranhos (PSC), que convocou a audiência, avaliou o encontro como positivo para a discussão sobre o tema. “A minha análise foi a melhor possível, houve a participação de diversos segmentos como pais, pastores e pessoas a favor do kit”, afirmou. No entanto, segundo Márcio Martins, secretário da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABLGBT) não houve contraponto. “Não existia uma fala na mesa que expusesse o outro lado. Eles chamaram um representante do Ministério da Educação que já havia dito que o Ministério não se pronunciaria, pois o projeto já estava aprovado”.
Na opinião do deputado o kit não evita a discriminação. “É um material danoso que não combate a homofobia. Existe um equívoco, uma discriminação do próprio material que mostra a derrota do sonho de um menino homossexual”, explicou o deputado.
Martins discordou dessa posição de Paranhos. “Foi uma audiência chamada por deputados da bancada evangélica, plantada com factoides pra minar um projeto que é contrario a ideologia religiosa deles”, rebateu.
Martins discordou dessa posição de Paranhos. “Foi uma audiência chamada por deputados da bancada evangélica, plantada com factoides pra minar um projeto que é contrario a ideologia religiosa deles”, rebateu.
O representante da ABLGBT também questionou a alegação dos deputados de que a intenção seria preservar as crianças do conteúdo da cartilha. “O material não é direcionado para crianças e sim para adolescentes do ensino médio. Além disso, é voltado para os educadores e não para os alunos”, afirmou. Ele ainda lembrou que o material foi aprovado em todas as 27 conferências estaduais que discutiram o tema.
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