quarta-feira, 7 de março de 2012

Educação sobre homossexualidade nas escolas



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As escolas holandesas serão obrigadas a dar aulas sobre homossexualidade. Depois de muita pressão política, a ministra da Educação de Cultura, Maria van Bijsterveldt, acabou concordando. As escolas deverão dar atenção em suas aulas à existência de gays, lésbicas e transsexuais.

Nebbo Siebum, de 18 anos, dá aulas sobre homossexualidade em colégios. Segundo ele, isso é extremamente necessário, pois numa grande parte das escolas este tema é tabu. Tanto para alunos como para professores. Alunos que assumem sua homossexualidade são com frequência intimidados pelos colegas. Na escola onde Siebum estudou, o assunto foi tratado no terceiro ano do ensino secundário.
“O problema nas escolas é que isso é frequentemente invisível”, diz Siebum. “Normalmente não se toca neste tema e quem quer falar sobre isso logo é rotulado. Há muita ignorância a respeito. Ainda imperam muitos estereótipos negativos sobre os homossexuais.”
Em 2009, o partido social-liberal D66 apresentou uma moção ao parlameto holandês pedindo a exigência da educação sobre homossexualidade nas escolas. Mas a ministra Van Bijsterveldt não aprovou a ideia. As próprias escolas deveriam decidir se abordariam ou não tema. A ministra não queria que o governo se intrometesse demais no currículo escolar. Nem todos os problemas sociais podem ser solucionados obrigando professores a dar atenção a eles, acreditava Van Bijsterveldt.
Mas a pressão do parlamento acabou dobrando a ministra. O partido liberal VVD também votou a favor. O partido em defesa dos direitos dos homossexuais, COC, ficou feliz com o apoio do Ministério. As cifras indicam que dois terços das escolas não dão nenhuma atenção à questão da homossexualidade.
Vera Bergkamp, do COC: “Precisamos muito do governo para modificar esta situação. É importante que seja obrigatório, pois os jovens homossexuais têm muitas dificuldades com os colegas. 81% dos jovens homossexuais também acreditam que isso ajudará. Com frequência há um clima de inseguraça para homossexuais nas escolas. É importate para os jovens saberem o que é ser homosexual. Ninguém gosta do que não conhece.”
Com frequência pensa-se que em escolas cristãs não se fala do tema homossexualidade. Segundo a COC, é realmente um tema difícil para estas escolas, mas elas estão seriamente preocupadas com isso. Até mesmo o reacionário partido SGP, declarou no parlamento não ter nenhum problema com a atenção à homossexualidade nas escolas. E o apoio do SGP é muito importante porque a proposta também precisa de maioria no senado.
Ainda não está definido como as informações serão passadas aos alunos. Nebbo Siebum espera que seja como em sua antiga escola secundária e que os jovens se sintam suficientemente livres e seguros para assumir sua homossexualidade.
“É um passo enorme se assumir para seus colegas de turma”, diz Siebum. “Como o COC e a escola fizeram os questionamentos por mim, pude manter uma certa distância e ver como era o clima na escola. Quando percebi que era bom, então ousei dar este passo e contei aos meus colegas.”
do RNW

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