quarta-feira, 7 de março de 2012

A Homossexualidade na Umbanda


Publicado no Dolado
Por Clayton Cordeiro

Religião recente perante outras, a Umbanda tem apenas 103 anos de existência de atividade. Ainda não possui uma codificação, o que justifica as diversas formas de cultos em diferentes terreiros. Por não possuir uma codificação, não existe um posicionamento sobre os homossexuais, embora em muitos terreiros seja possível encontrar muitos homossexuais praticantes.

A doutrina da religião dá o direito a médiuns homens de receberem entidades femininas e de médiuns mulheres receberem entidades masculinas. Dentro do espiritismo se acredita na reencarnação, ou seja, após o desencarne (morte) o espírito tem a possibilidade de reencarnar em busca de evolução, onde uma alma feminina pode vir como homem, o que explicaria, para alguns, o desejo afetivo por pessoas do mesmo sexo.

Dentro da Umbanda não é considerada a sexualidade (homens ou mulheres): são apenas médiuns. Todavia, para evitar interpretações maldosas de estranhos, alguns terreiros não permitem a incorporação de entidades femininas por homens, com alegação de que pode afeminar o médium.

Apesar de tratar os praticantes da religião sem distinção de orientação, identidade de gênero ou condição sexual, ainda sim existe o preconceito no que se refere à incorporação de homens recebendo pomba-gira, por exemplo, que são entidades extremamente femininas. Muitos alegam, inclusive, que a virilidade masculina é ferida, deixando o homem afeminado. Em contrassenso a essa afirmativa, é muito comum ver mulheres incorporando caboclos, boiadeiros, baianos e outras entidades masculinas.

Um fato curioso, embora contraponha as assertivas acima, é o casamento homossexual religioso dentro da Umbanda. Alguns terreiros se propõem a realizar e outros não, não havendo nenhum critério para negação. Os que realizam casamento religioso emitem certificado de casamento, mas não os confeccionam para casais homossexuais. Tal preconceito embutido na religião fere o principio maior do Umbandista: “a Lei maior é a caridade, fazer o bem sem ver a quem” e toda a forma de amor não é considerada pecado.

Pergunto: existe preconceito dentro da religião ou, por ter falta de um código, cada sacerdote pode tratar o caso de acordo com a sua perspectiva?

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