O arte-educador e professor de basquete, Denilton Andrade Melo, procurou a reportagem do Portal Infonet na manhã desta quinta-feira, 8 para denunciar que está recebendo agressões físicas e morais por parte da família, desde que assumiu a homossexualidade.
Ele esteve no Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito, alegando ter sido agredido fisicamente pelo cunhado Francisco Guimarães, que afirmou ter agido em legítima defesa, já que Denilton estaria agredindo a irmã Denise. A família garante não haver qualquer discriminação e que o problema está no uso de drogas.
Segundo Denilton, desde que resolveu assumir a homossexualidade, passou a ser discriminado e até mesmo agredido dentro da própria casa em que vive com a mãe, a irmã e o cunhado.
“Eles já me internaram duas vezes dizendo que sou doido, eu fiz tratamento e os médicos já me liberaram para retornar ao trabalho e para dirigir, mas eles não deixam. Ontem eu tinha levantado para tomar café e começaram a me xingar (sic) dizendo que eu ia ver na Justiça. Coloquei os fones no ouvido e fui para a rua, quando minha irmã continuou e veio para cima de mim para filmar com o celular. Quando eu levantei a mão para livrar o celular, ela gritou pelo marido que já chegou me agredindo, me batendo. Foi tão forte, que caiu a obturação do dente. Fiz exame de corpo de delito no IML e prestei queixa na delegacia de grupos vulneráveis. A raiva é porque querem me internar dizendo que sou drogado”, relata.
Procurado pela reportagem do Portal Infonet [por telefone] o cunhado de Denilton, visivelmente nervoso disse que passaria o telefone do advogado, mas depois resolveu falar. “Ele lhe disse que agride a mãe, que é homossexual e drogado e não quer assumir? Disse, que pegou um estilete para matar a mãe e que ninguém mais agüenta ele dentro de casa? Nunca mais a senhora me ligue para falar besteira”, afirmou desligando.
Em seguida retornou a ligação para passar o número do telefone da mãe de Denilton e pediu desculpas pelas grosserias, alegando que: “Só dei um murro nele porque ele estava agredindo a minha esposa em praça pública”.
Contraponto
Diferente do cunhado de Denilton, a mãe, Maria Crizales, muita educada, contou estar com quase 70 anos e que nunca discriminou o filho por conta da homossexualidade. “Se você vier aqui no conjunto Inácio Barbosa e perguntar aos vizinhos se alguém o discrimina, a resposta vai ser não. Denilton sempre foi um menino ótimo, mas depois que se envolveu com pessoas que usam drogas, ficou agressivo dentro de casa, principalmente comigo”.
Ela disse que realmente o filho já foi internado duas vezes, mas não quer continuar o tratamento e tomar os remédios. “Ele é esquizofrênico e não quer tomar os remédios e nem ir para o médico. Das outras vezes só consegui internar porque chamei o Samu e o Corpo de Bombeiros. Eu só não prestei queixa porque sei que ele será enquadrado na Lei Maria da Penha. Mas agora a situação complicou porque ele tentou bater na irmã. Sei que vou chorar muito porque é meu filho e mãe nenhuma quer denunciar o filho à polícia, mas não tenho outra opção”, desabafa.
D. Crizales disse ainda que o genro Francisco Guimarães não é agressivo. “Ele é muito calmo, só correu para defender a esposa e não machucou Denilton. Eu estou do lado do meu genro e da minha filha. Denilton quer que eu tire eles de casa, mas minha filha é minha companhia. É triste dizer isso, mas Denilton se machucou para colocar a culpa no cunhado e fazer o exame no IML”, lamenta.
do Infonet
por Aldaci de Souza
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